sexta-feira, 20 de junho de 2025

HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO

 



Comecei a fazer pesquisas em 1991, motivado por escutar, entre familiares pelo lado materno, que dois ancestrais haviam sido historiadores em seu tempo: Mamede Azevêdo (1875-1956), meu trisavô, e seu irmão José de Azevêdo (1890-1929), meu tio-trisavô. O interesse era, nessa época, construir a minha árvore genealógica e “descobrir” quem eram meus antepassados. Por essa altura, já era conhecido como “rato de biblioteca” (uma referência à minha presença constante na Biblioteca Pública Donatilla Dantas junto com amigos como Sidney, Cristiano, Lígia, Sheyla, Plínio e, dentre outros, Edneide) e me dediquei a ler os poucos livros escritos, até então sobre a história de Carnaúba dos Dantas: O Coronel de Milícias Caetano Dantas Correia (1977), de dom José Adelino Dantas; Cinqüentenário do Monte do Galo em Carnaúba dos Dantas, de Pedro Arbués Dantas (1978); e Carnaúba dos Dantas – Terra da Música (1989), de Donatilla Dantas. Fiz entrevistas com idosos da minha família e de outras, na procura por referências a meus familiares mais recuados e combinei o uso dessas fontes orais com idas aos arquivos dos Cartórios Judiciários de Carnaúba dos Dantas e de Acari, bem como, das Paróquias de Acari e Caicó, onde fiz consulta e transcrição, com lápis e papel, de informações presentes em registros de batizado, casamento e óbito, além de livros de registro civil, inventários post-mortem, processos criminais e ações cíveis. Pouco a pouco meu interesse se deslocou, também, para a compreensão do processo histórico que originou o atual território de Carnaúba dos Dantas. Pelos idos de 1993 em diante, passei a manter correspondência (e, em alguns casos, convivência) com historiadores e intelectuais como os saudosos Jayme Santa Rosa, Pedro Arbués Dantas, Sinval Costa e Olavo de Medeiros Filho, além de Antonio Luiz de Medeiros, que me forneceram informações preciosas, dicas e caminhos para um neófito na pesquisa em arquivos. A partir de 1999, já na graduação em História (UFRN), atuei como bolsista de iniciação científica sob a tutela do falecido professor Muirakytan Macêdo, em três projetos de pesquisa distintos. O contato com as fontes históricas ligadas ao mundo da Justiça Pública e da Igreja Católica, pensando, agora, o Seridó como uma espacialidade mais ampla, levou-me a construir uma linha de investigação que começou com o estudo das populações indígenas e prosseguiu com o das populações mestiças, perpassando a minha trajetória na graduação e pós, com desdobramentos até os dias de hoje.

FONTE – PAPO CULTURA

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