sexta-feira, 20 de junho de 2025

HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO

 



PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ (CERES) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN). PROFESSOR DO MESTRADO EM HISTÓRIA DOS SERTÕES (MHIST-CERES-UFRN).



PARTE DO LIVRO CARNAUBA DOS DANTAS: RAÍZES, FRAGMENTOS E HISTÓRIA, DE HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO,, SERVIU DE FONTE DE PESQUISA DO PORTAL TERRAS POTIGUARES NEWS, DO SUBTENENTE JOSÉ MARIA DAS CHAGAS, COM 122 BLOGS EMAIS DE 10 MIL LINKS, MOSSORÓ-RN

HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO

 



Historiador (2002) com as habilitações de licenciado e bacharel pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, instituição que também lhe conferiu os títulos de Especialista em Patrimônio Histórico-Cultural e Turismo (2005) e Mestre em História (2007), com área de concentração em História e Espaços. Atuou como professor de ensino superior (graduação e pós-graduação) na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Faculdade do Seridó (FAS) e Universidade Potiguar (UnP). Prestou consultorias na área de patrimônio cultural em diversos inventários no território norte-rio-grandense. Seus interesses de pesquisa estão ligados à história sóciocultural da América portuguesa, índios, negros, mestiçagens, escravidão e patrimônio cultural. Atualmente, é doutorando em História do Norte-Nordeste pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Foi pensando na preservação da história e da memória local que esse livro sobre Carnaúba dos Dantas foi produzido – e para os carnaubenses, principalmente. Ele não tem a missão de responder a anseios acadêmicos, mas, tão somente, o de informar e dar a conhecer aos carnaubenses – e seridoenses, de maneira geral – sobre o processo histórico que culminou na construção, gradativa, do território de Carnaúba dos Dantas. A abordagem feita no livro, portanto, ora é tradicional, ora é descritiva. O objetivo do livro, pois, reconstituir o processo que levou à formação sócio-histórica do território de Carnaúba dos Dantas. Os dois primeiros capítulos tratam do passado antes da chegada dos colonizadores luso-brasílicos. Três outros capítulos dedicam-se a examinar como o território que hoje chamamos de Carnaúba dos Dantas foi atravessado pelo movimento de expansão da pecuária a partir do começo do século XVIII, resultando na edificação de diversas fazendas de criar gado ao longo do riacho/rio Carnaúba. Os três últimos capítulos da obra centram suas atenções no território onde nasceria a paisagem urbana de Carnaúba dos Dantas: o sítio, a povoação e a vila.

Minha história tem relação com os lugares onde minhas raízes estão fincadas. Sou de Carnaúba dos Dantas – embora tenha nascido em Currais Novos –, o mais velho de 5 irmãos, filhos de Arnor de Raquel de Chico Macedo e de Helenice de Auriscinha de Gambão. Minhas vivências, na infância, foram, em sua maioria, urbanas, mas, feriados, dias festivos e férias, em grande parte, foram passados no sítio Ermo e adjacências, em casa de parentes pelo lado paterno. O contato com o mundo do campo me fez nutrir uma afetividade sem igual pela caatinga, que pulsa ainda hoje (quando cursava a 4ª série do antigo “Primário”, tinha sonho em ser biólogo). Ter uma mãe como professora influenciou diretamente no meu gosto por leitura e escrita e, além disso, pelo desejo de ser educador – uma herança que carrego até hoje. Após cursar o que hoje chamamos de Educação Básica, em Carnaúba dos Dantas, prestei vestibular para o Curso de História em 1996. Aprovado, iniciei meus estudos em 1997 no Campus de Caicó, do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde concluí, em 2002, o curso de Licenciatura e Bacharelado em História. De 2003 a 2013 viajei mundo afora, estudando (especialização em Patrimônio e Turismo – UFRN – Caicó, 2003-2005; mestrado em História – UFRN – Natal, 2005-2007; doutorado em História – UFPE, 2009-2013) e trabalhando (como professor do Magistério Superior em faculdades e universidades privadas, em Natal, Currais Novos, João Câmara, Ceará-Mirim e assessor de projetos na Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte – Fapern). Voltei à UFRN, como professor estatutário, por meio de concurso público para a área de Pesquisa Histórica, em 2013, lotado no Departamento de História do CERES-UFRN. Mudei-me de mala e cuia para Caicó, realizando um sonho de moradia nesse lugar quente e aconchegante que é a capital do Seridó. Além da graduação, atuo na pós stricto sensu nos Programas de Pós-graduação em História dos Sertões (Caicó) e História e Espaços (Natal).

FONTE – PAPO CULTURA

HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO

 



Comecei a fazer pesquisas em 1991, motivado por escutar, entre familiares pelo lado materno, que dois ancestrais haviam sido historiadores em seu tempo: Mamede Azevêdo (1875-1956), meu trisavô, e seu irmão José de Azevêdo (1890-1929), meu tio-trisavô. O interesse era, nessa época, construir a minha árvore genealógica e “descobrir” quem eram meus antepassados. Por essa altura, já era conhecido como “rato de biblioteca” (uma referência à minha presença constante na Biblioteca Pública Donatilla Dantas junto com amigos como Sidney, Cristiano, Lígia, Sheyla, Plínio e, dentre outros, Edneide) e me dediquei a ler os poucos livros escritos, até então sobre a história de Carnaúba dos Dantas: O Coronel de Milícias Caetano Dantas Correia (1977), de dom José Adelino Dantas; Cinqüentenário do Monte do Galo em Carnaúba dos Dantas, de Pedro Arbués Dantas (1978); e Carnaúba dos Dantas – Terra da Música (1989), de Donatilla Dantas. Fiz entrevistas com idosos da minha família e de outras, na procura por referências a meus familiares mais recuados e combinei o uso dessas fontes orais com idas aos arquivos dos Cartórios Judiciários de Carnaúba dos Dantas e de Acari, bem como, das Paróquias de Acari e Caicó, onde fiz consulta e transcrição, com lápis e papel, de informações presentes em registros de batizado, casamento e óbito, além de livros de registro civil, inventários post-mortem, processos criminais e ações cíveis. Pouco a pouco meu interesse se deslocou, também, para a compreensão do processo histórico que originou o atual território de Carnaúba dos Dantas. Pelos idos de 1993 em diante, passei a manter correspondência (e, em alguns casos, convivência) com historiadores e intelectuais como os saudosos Jayme Santa Rosa, Pedro Arbués Dantas, Sinval Costa e Olavo de Medeiros Filho, além de Antonio Luiz de Medeiros, que me forneceram informações preciosas, dicas e caminhos para um neófito na pesquisa em arquivos. A partir de 1999, já na graduação em História (UFRN), atuei como bolsista de iniciação científica sob a tutela do falecido professor Muirakytan Macêdo, em três projetos de pesquisa distintos. O contato com as fontes históricas ligadas ao mundo da Justiça Pública e da Igreja Católica, pensando, agora, o Seridó como uma espacialidade mais ampla, levou-me a construir uma linha de investigação que começou com o estudo das populações indígenas e prosseguiu com o das populações mestiças, perpassando a minha trajetória na graduação e pós, com desdobramentos até os dias de hoje.

FONTE – PAPO CULTURA